sexta-feira, 31 de maio de 2013
Carménères mais frutados
O Carménère é um vinho que nunca chamou tanto minha atenção. Apesar do perfil macio e agradável, sempre achei um pouco destacada aquela tradicional nota verde dos varietais elaborados com a uva. Pude provar, agora em viagem pelo Chile, Carménères diferenciados, mais frescos, frutados, especiados e até mesmo florais. Vinhos onde o toque vegetal, às vezes imperceptível, às vezes sutil e bem integrado, somou-se às demais camadas aromáticas, compondo uma rica complexidade. Interessante saber que os produtores chilenos continuam trabalhando a casta, identificada em meio aos vinhedos de Merlot, há cerca de 20 anos. É muito bom saber que eles estão buscando maior frescor e leveza nos varietais produzidos com ela. É uma casta cujos vinhos ainda estão em construção. Não que eles estejam sendo maquiados, muito pelo contrário. Há um trabalho de encontrar novos terroirs para as uvas. E, assim, produzir novos estilos de Carménères, a partir de uvas diferenciadas. Vinhos mais vibrantes. O que muda minha opinião a respeito desses produtos. Acima, o Carménère Maquis, cujas uvas são colhidas em março, dois meses antes do período em que a grande maioria dos produtores colhe, em maio. Isso, pela particularidade do terroir onde está o produtor, em Colchagua. É pena que esse vinho ainda não tenha chegado ao Brasil.
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